martes, 22 de mayo de 2012

Chico Anisio comediante brasileiro



No translado para o céu, Chico Anysio ficou na dúvida sobre com qual caricatura iria se apresentar no paraíso. Silva, Popó, Coalhada, Haroldo, Salomé, Azambuja, Alberto Roberto, Painho, Bento Carreiro, Tavares, Gaspar, Canavieira, Quem, Quem… ou Justo Veríssimo, representante legítimo da corruptocracia?

Chico levava na bagagem a criação de 209 personagens memoráveis, entre os por ele interpretados e os que ele criou para outros humoristas, como o Seu Peru (Orlando Drummond), e o Seu Boneco (Lug de Paula). Com passagem pelo jornalismo esportivo, rádio, TV, teatro, literatura, música, dublagem, imitação e pintura, Chico fora, ainda em vida, idolatrado como ídolo, sábio, gênio, mito, fenômeno. Sociólogo do riso, iconoclasta, Deus do humor, Chico, porém, não se gabava com essas alusões ou – como diria ele – bajulações. Dizia-se simplesmente ”humorista do povo”.

Chegando ao céu, vestindo a camisa do Vasco, ele ouviu um background de risadas de auditório. Dava para distinguir inequivocamente a gargalhada inconfundível de boas-vindas de Nair Belo. Chico deparou logo com uma galera da pesada, donos também de um humor refinado e inteligente, segurando uma faixa: “Bem-vindo, Chico Total!” Era a bancada brasileira do riso no Planalto Celestial: Mazzaropi, José Vasconcelos, Ivon Curi, Costinha, Paulo Gracindo, Walter D’Ávila, Renato Corte Real, Grande Otelo, Golias, Mussum, Zacarias, Brandão Filho, Zezé Macedo, Rony Cócegas e Francisco Milani, liderados pela lendária Dercy Gonçalves, que, de cara, à sua maneira escrachada, quis confortar:

— Fica triste não, Pantaleão, a vida aqui não tem mentiras, não é lá muito engraçada, mas é melhor do que aquela porra lá embaixo!

Descanse em paz...
1931-2012

No hay comentarios:

Publicar un comentario